De fato, é uma das perturbações mentais mais
atuais no seio da discussão científica, e tem sofrido grandes avanços
na forma como se define. É de uma complexidade extrema, sendo um dos
mais difíceis diagnósticos em saúde mental. Embora haja manifestações
muito fortes e evidentes da perturbação, são muito frequentes
manifestações mais moderadas que podem passar despercebidas. O que a
distingue, acima de tudo, é a presença de sintomas “maníacos”. Sendo a
mania uma palavra familiar, falamos aqui de algo muito diferente da
“mania das limpezas”, da “mania de dizer mal” ou da “mania de embirrar”.
Falamos de sintomas como uma disposição anormalmente expansiva,
positiva ou irritável, da redução de necessidade de dormir, de um
aumento desmedido e repentino da autoestima, que frequentemente roça a
grandiosidade, de picos de intolerância à crítica à frustração, de
períodos de produtividade excessiva e inesperada, de um discurso
“saltitante”, acelerado e pouco coerente, ou mesmo de comportamentos de risco como gastos excessivos,
picos de promiscuidade sexual, ou a ausência de percepção de perigo.
Durante um pico maníaco, sentimo-nos os reis do mundo, como se nada nos
pudesse tocar. Durante um pico positivo, nem todos estes sintomas
estarão presentes. Nem todos eles estarão facilmente evidentes, e
igualmente intensos. Aquilo que sabemos é que estes se agrupam nesta
perturbação, e é muito frequente alternarem com estados depressivos e com momentos de normalidade, em que tudo está
como esteve antes de surgir a perturbação. Estes momentos podem variar
na sua duração e no tempo que decorre entre cada um deles. E este é um
dos aspectos que torna difícil o diagnóstico. Apesar desta dificuldade, a
maioria dos estudos tem vindo a estimar que cerca de 1% da população
mundial possa sofrer desta perturbação. A idade habitual de aparecimento
da perturbação bipolar situa-se na casa dos 20 anos, início dos 30.
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